Chullpas de Ninamarca: Torres funerárias pré-incaicas no caminho para o Manu

As Chullpas de Ninamarca são antigas torres funerárias pré-incaicas localizadas perto do povoado de Paucartambo, na região de Cusco, no Peru. Erguidas por culturas andinas anteriores aos incas, essas estruturas cilíndricas serviam para enterrar chefes e personagens importantes. Situam-se no alto de um morro, a cerca de 3.600 metros de altitude, dominando o vale do rio Mapacho e oferecendo vistas panorâmicas dos Andes. Sua presença impressionante fascina historiadores e turistas, e merecem uma parada no caminho para o Parque Nacional do Manu.

Essas chullpas foram construídas com pedra irregular unida com argila, sem acabamento fino. Possuem forma cilíndrica com tetos cônicos, e no total foram contabilizadas cerca de 17 torres em bom estado de conservação. Suas alturas variam entre 1 e 2,5 metros, e as entradas costumam estar orientadas para o norte. Cada torre abriga uma câmara funerária onde o falecido era colocado em posição fetal, junto a oferendas como cerâmica, tecidos e alimentos. Para os antigos habitantes, essas chullpas eram locais sagrados ligados ao culto aos ancestrais. O nome “Ninamarca” vem do quéchua nina (“fogo”) e marka (“povo”), sugerindo cerimônias de fogo ou um caráter místico do local.

História e origem das Chullpas de Ninamarca em Paucartambo

Chullpas Ninamarca

Origem e função das torres funerárias

As Chullpas de Ninamarca remontam a um período anterior ao Império Inca. Essas torres foram erguidas pela cultura Lupaca, um grupo étnico andino ligado à região do lago Titicaca. Também se menciona a influência da cultura Killke, mas a tradição dominante atribui sua construção aos Lupacas. Seu objetivo era enterrar líderes locais com oferendas para acompanhá-los em sua jornada para o além.

Significado cultural e simbologia andina

Na cosmovisão andina, a morte era parte de um ciclo sagrado. As chullpas eram altares funerários onde se realizavam cerimônias e acreditava-se que os mortos protegiam os vivos. A posição fetal simbolizava o renascimento e os objetos valiosos eram provisões para o caminho espiritual. Sua localização elevada conectava o mundo terreno aos céus.

Povos que construíram as chullpas

Os Lupacas foram os principais construtores, um povo pré-incaico do altiplano que floresceu entre os séculos XIII e XV. Também houve influência dos killkes do Cusco pré-incaico. Ninamarca é, portanto, um legado cultural pré-incaico.

Comparação com outras chullpas do Peru e da Bolívia

Ninamarca faz parte da ampla tradição das chullpas andinas, embora em uma escala menor que outras necrópoles. Em Puno, por exemplo, destaca-se o conjunto de Sillustani, às margens do lago Umayo, com quase 90 torres funerárias pré-incaicas. A chullpa mais alta de Sillustani, conhecida como “do Lagarto”, atinge 12 metros de altura, em contraste com as mais modestas de Ninamarca, que medem entre 2 e 3 metros.

Na Bolívia também existem construções semelhantes, como as chullpas de Tolerani (Aroma, La Paz), que possuem base quadrada de 3 × 3 metros, 4 metros de altura e são feitas de adobe, com portas triangulares voltadas para o oriente.

Ao contrário desses monumentos mais altos e elaborados, as chullpas de Ninamarca apresentam arquitetura mais simples e rústica, o que sugere diferenças sociais ou cronológicas entre as culturas que as construíram.

Localização e como chegar às Chullpas de Ninamarca

Chullpas Ninamarca

Rota direta a partir de Cusco

Partindo de Cusco, toma-se a estrada rumo a Paucartambo, passando por Huancarani e subindo até Ninamarca. O trajeto leva cerca de 3 horas de carro. A partir do desvio, há uma curta caminhada até o sítio arqueológico.

Parada em tours para o Parque Nacional do Manu

As Chullpas de Ninamarca costumam ser uma escala clássica nos tours para o Manu. Ao sair da cidade de Cusco, os viajantes sobem até este promontório funerário antes de continuar rumo à floresta alta. Em alguns itinerários, como os tours completos de vários dias, a visita às “Chullpas of Ninamarca” é apresentada como a primeira parada cultural antes de chegar a Paucartambo.

Depois de Ninamarca, o percurso segue para o controle de Ajanaco (3.550 m de altitude), porta de entrada da área protegida, para então iniciar a descida em direção à floresta nublada. Em resumo, Ninamarca conecta a experiência andina com a amazônica em uma única viagem.

Tours para o Parque Nacional do Manu com paradas nas Chullpas de Ninamarca

Transporte público e privado

É possível chegar de ônibus para Paucartambo, pedindo para descer no desvio. Também é possível contratar táxi privado. O acesso final é por estrada de terra.

Mapa de localização e altitude

As chullpas de Ninamarca ficam no quilômetro 83 da estrada Cusco–Paucartambo, dentro da comunidade de Ninamarca, no distrito de Colquepata (província de Paucartambo). Sua altitude é de aproximadamente 3.600 metros acima do nível do mar.

Chullpas Ninamarca

Arquitetura das Chullpas de Ninamarca

As chullpas de Ninamarca apresentam arquitetura simples e funcional. Cada torre foi construída com paredes verticais de pedra irregular, colocadas umas sobre as outras e unidas com argamassa de barro. Não existem edifícios auxiliares nem ornamentos elaborados.

A maioria das torres é cilíndrica, embora algumas tenham base retangular, todas com tetos ligeiramente cônicos que se projetam como beirais. Essas formas geométricas simples refletem técnicas herdadas de antigas tradições funerárias andinas. Algumas chullpas possuem duas câmaras sobrepostas internamente, o que sugere uso para múltiplos enterros familiares.

No conjunto, o estilo construtivo de Ninamarca lembra a arquitetura chullparia do altiplano: pedra seca unida com barro, sem a precisão da alvenaria inca. Ao contrário das imponentes chullpas de barro policromado de outras regiões, aqui tudo permanece sem pintura e sem decoração, criando um conjunto rústico integrado à paisagem, onde torres de poucos metros de altura parecem guardiões de pedra sobre a montanha. Essas características refletem a influência cultural pré-incaica dos construtores Lupacas, muito diferente da escola inca ou de estilos posteriores.

Chullpas Ninamarca

Ninamarca na rota para o Manu

As Chullpas de Ninamarca são mais que um sítio arqueológico: marcam a transição da serra para a selva. Para muitos viajantes, este é o primeiro ponto cultural antes de entrar no Manu. De seus 3.600 metros de altitude, é possível observar a mudança da vegetação, antecipando a descida para a floresta nublada.

Além disso, ficam próximas ao pitoresco povoado de Paucartambo, famoso pela festa da Virgen del Carmen, o que permite combinar ambas as visitas. Sua localização estratégica as torna uma pausa ideal, onde a tranquilidade das torres e a vista das montanhas preparam o espírito para a aventura amazônica.

Mistérios e lendas sobre as Chullpas de Ninamarca

Não existem crônicas escritas nem inscrições que revelem sua origem exata, o que alimenta um ar de mistério em torno das chullpas. O próprio nome Ninamarca, interpretado como “povoado do fogo” (nina = fogo, marka = povoado), sugere antigos rituais perdidos na memória.

Entre os moradores locais circulam relatos sobre cerimônias lunares e possíveis guardiões espirituais que habitariam as chullpas, embora não haja registros oficiais que os confirmem. Alguns visitantes afirmam sentir uma atmosfera especial ao caminhar entre as torres ao amanhecer.

No conjunto, o mistério de Ninamarca se assemelha ao de outros sítios arqueológicos: seus verdadeiros segredos só podem ser intuídos por meio da pesquisa arqueológica e do respeito às tradições orais da região.

Guia para visitar as Chullpas de Ninamarca

  • Melhor época para visitar: Entre maio e outubro, estação seca, com céus limpos.
  • Conselhos: Aclimatar-se à altitude em Cusco, levar água e roupas de frio.
  • O que levar: Calçado de montanha, casaco, gorro, luvas, protetor solar, óculos de sol, lanches e câmera fotográfica.
  • Precauções: Evitar esforços intensos ao chegar, respeitar as estruturas e, na temporada de chuvas, ter cuidado com caminhos escorregadios.

Perguntas frequentes sobre as Chullpas de Ninamarca

1. Onde ficam as Chullpas de Ninamarca e a que altitude estão?

As chullpas ficam no quilômetro 83 da estrada Cusco–Paucartambo, na comunidade de Ninamarca, distrito de Colquepata (província de Paucartambo). Estão a cerca de 3.600 metros acima do nível do mar, o que significa clima frio e ar rarefeito. Pela manhã, o céu costuma estar bem limpo, mas a temperatura cai bastante até o nascer do sol.

2. Como é a arquitetura das chullpas?

São torres funerárias simples e funcionais, feitas com pedras irregulares unidas com barro. A maioria é cilíndrica e algumas retangulares, todas com telhados cônicos que se projetam ligeiramente, como um beiral. Não têm decorações nem construções ao redor. Algumas são divididas internamente em dois níveis, usadas para sepultamentos familiares. O estilo é rústico e lembra construções do altiplano, mas sem a precisão da arquitetura inca.

3. Em que se diferenciam de outras chullpas do Peru e da Bolívia?

As de Ninamarca são menores e mais simples. Em Sillustani (Puno), por exemplo, há torres de até 12 metros de altura, enquanto as de Ninamarca medem entre 2 e 3 metros. Na Bolívia, as de Tolerani têm 4 metros e são feitas de adobe, com portas triangulares. Já as de Ninamarca usam pedra, não são pintadas e têm um design mais modesto.

4. Fazem parte dos tours para o Parque Nacional do Manu?

Sim. Muitos passeios ao Parque Nacional do Manu fazem a primeira parada cultural em Ninamarca. Saindo de Cusco, os visitantes sobem até este local antes de continuar a Paucartambo e, depois, chegar ao controle de Ajanaco (3.550 m), porta de entrada para a área protegida. A partir daí, começa a descida para a floresta nublada. Essa visita une a experiência andina e amazônica em um único roteiro.

5. Qual é a origem e o mistério dessas chullpas?

Não há registros antigos que expliquem quando e por quem foram construídas. O nome Ninamarca significa “povoado do fogo”, o que leva a imaginar rituais antigos já perdidos. Moradores locais contam histórias sobre cerimônias à luz da lua e guardiões espirituais, embora sem provas oficiais. Alguns visitantes relatam sentir uma energia especial ao visitá-las ao amanhecer. Seus segredos só podem ser parcialmente revelados por estudos arqueológicos e pelo respeito às tradições orais locais.

Visitar as Chullpas de Ninamarca é mergulhar na história e espiritualidade andina. Sua beleza, mistério e conexão com o passado fazem delas uma experiência única. Além disso, por estarem na rota para o Manu, são uma parada obrigatória para quem busca um roteiro que combine cultura e natureza.

Chullpas Ninamarca

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Tours para o Manu com paradas nas Chullpas de Ninamarca

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